Papoilas, campos de trigo
Aves que levam consigo
O céu azul de promessa,
Alentejo pai doirado
Lavraste em calma meu Fado
Com sonhos feitos negaça
Pai natural, qual menino
Lavoura de pão, destino
Quantas sementes errei
Com falso vento a favor
Nas courelas do amor
Esperanças loucas plantei
Lembra a nora, molha a vida,
Adulto de infância querida
Restolho e erva com cheiro,
Também por Espanca sentido
Alentejo, alpendre amigo
Meu Agosto e meu Janeiro
É lírio roxo em aurora
A meninice que outrora
Promete tudo num beijo;
Que tristes anos depois
Somando ventos e sóis
Recordo o meu Alentejo!
António Passão
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